quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Sobre pequenas felicidades



Todo mundo tem suas pequenas felicidades...as coisas e as não coisas que te fazem sentir-se de "alma lavada"

Acho muito triste quando alguém com poucas felicidades julga a felicidade dos outros e a poda.

Manja aquele cara que você vai todo feliz contar algo e ele te joga um verdadeiro "balde de água fria"?

O mundo tá cheio de pessoas assim! Uns dizem que são pessoas invejosas, outros que são pessoas amarguradas pelos problemas da vida, outros que são pessoas apáticas...

Pessoas apáticas...como alguém pode viver desse jeito?

Pensando nisso, resolvi fazer minha lista de coisas e não coisas que me trazem uma pequena sensação de felicidade... E peço que me respeitem daqui pra frente ( leia: me respeitem aqueles que ainda não conhecem as minhas pequenas felicidades!)

Aliás, sugiro que vocês também façam as suas listas de "pequenas felicidades".

Quando estiverem amargurados, ao invés de "amargurarem a vida dos outros", peguem suas listas e leiam...Verá que ainda tem muito mais motivos para ser feliz do que para "amargar" na vida jogando balde de água fria na vida dos outros.

É isso...até a próxima minha  gente!!!!

 
Coisas e não coisas de lavar a alma.
Minha lista de pequenas felicidades:

Um céu cheio de estrelas.

Uns cachorros.

Uns gatos.

Uma libélula que vem brincar na minha água da mangueira enquanto lavo o quintal.

Borboletas.

Um cheiro bom qualquer, mas especialmente o de roupa lavada no varal. ( Ainda na categoria cheiro, cheiros de: roupa-nova, roupa de cama trocada, giz-de-cera, lápis e borracha novo, massinha de modelar ( acho que amo cheiro de sala de aula!), café no fim da tarde, meu filho quando acorda, perfume novo, banho, terra molhada quando chove e Nino- um gato que mora por aqui e não tem cheiro de gato, mas de qualquer coisa que me lembra alguma coisa.)

Chocolates. ( Ainda na categoria comidas: sorvete de cereja e pizza sem culpa!)

Ajudar alguém que precisa.

Rir até a barriga doer.

Dormir até não poder mais.

Escutar/cantar 1 dúzia de músicas favoritas.

Fim do dia.

Sábados.

Trabalho bem feito e concluído.

Oração.

Visitar a família lá longe. ( Ainda na categoria família: quando meu pai me liga, quando minha mãe faz café pra me esperar, quando minha irmã vai comigo passear em qualquer lugar, quando minhas tias me esperam para papear e matar a saudade...)

25 de março/Brás ( quem mora em SP me entende...)

Dia na praia com marido e filho ( raros, mas acontecem).

Pegar estrada.

Portal do Sol.

Poesia ( ler e escrever).

Ler e escrever.

Contar histórias.

Ouvir histórias.

Casa limpa.

Chuva com arco-íris ( ainda na categoria chuva: Cheiro de chuva,chuva pra dormir, tempestade com ventania e trovão...).

Avião ( acho que nem é o avião em si, mas o "olhar as nuvens lá de cima"...)

Mar e pôr ou nascer do sol.

Relâmpago.

Frio, chocolate quente e cobertor.

Alguns amigos

Muitos amigos

Filme de chorar.

Filme de rir.

Filme de pensar.

Teatro

Arte

Grilos cantando à noitinha

Filho correndo pela casa brincando de "imaginar"

Sonhos

Tempo livre para fazer qualquer bobeira que me der na telha

Pão caseiro

Bolinho de chuva

Dia do pagamento.

Customizar coisas.

Papo cabeça ou sem pé nem cabeça depende do dia.

Retalhos de pano, miçangas, tintas, cola, fuxicos, rendinhas...

Silêncio absoluto.

Barulho de rio.

Barulho de árvore

Consciência tranquila.


E você? Já fez a sua lista?

Segue abaixo, um texto fofo das pequenas felicidades da Cecília Meireles, que me inspira desde a infância, fez parte das minhas primeiras leituras...aprendi o segredo de descobrir pequenas felicidades com ela...
Degustem....

A Arte de Ser Feliz (Cecília Meireles)

Houve um tempo em que a minha
janela se abria para um chalé.

Na porta do chalé brilhava
um grande ovo de louça azul.

Neste ovo costumava pousar
um pombo branco.

Ora, nos dias límpidos,
quando o céu ficava da mesma
cor do ovo de louça,
o pombo parecia pousado no ar.

Eu era criança,
achava essa ilusão maravilhosa e
sentia-me completamente feliz.

Houve um tempo em que a minha
janela dava para um canal.

No canal oscilava um barco.
Um barco carregado de flores.
Para onde iam aquelas flores?
Quem as comprava?

Em que jarra... em que sala,
diante de quem brilhavam,
na sua breve experiência?
E que mãos as tinham criado?

E que pessoas iam sorrir de
alegres ao recebê-las?

Eu não era mais criança,
porém minha alma ficava
completamente feliz.

Houve um tempo em que a minha
janela se abria para um terreiro,
onde uma vasta mangueira
alargava sua copa redonda.

À sombra da árvore, numa esteira,
passava quase o dia todo sentada
uma mulher, cercada de crianças.
E contava histórias.

Eu não podia ouvir, da altura da janela,
e mesmo que a ouvisse, não entenderia,
porque isso foi muito longe,
num idioma difícil.

Mas as crianças tinham tal expressão
no rosto, e às vezes faziam com as mãos arabescos tão compreensíveis, que eu participava do auditório, imaginava os assuntos e suas peripécias e me sentia completamente feliz.

Houve um tempo em que na minha janela havia um pequeno jardim seco.

Era um tempo de estiagem,
de terra esfarelada,
e o jardim parecia morto.

Mas todas as manhãs vinha um pobre
homem com um balde e em silêncio,
ia atirando com a mão umas gotas
de água sobre as plantas.

Não era uma rega:
era uma espécie de aspersão ritual,
para que o jardim não morresse.

E eu olhava para as plantas,
para o homem, para as gotas de
água que caíam de seus dedos magros
e meu coração ficava
completamente feliz.

Mas, quando falo dessas pequenas
felicidades certas, que estão diante
de cada janela, uns dizem que essas
coisas não existem, outros que só
existem diante das minhas janelas
e outros finalmente, que é preciso
aprender a olhar, para poder vê-las assim.

Cecília Meireles ( te amo, sua linda!)




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